Em algum lugar corre
A matilha cinzenta
Entre as sombras
D´um reino injusto
E um sonho de aurora dourada
Passos sem som
Que ecoam na eternidade
Fantasmas cinzentos
Percorrendo as trilhas
Que a loucura instigar
E que o luar vier benzer
Delírios cinzentos
Sem matéria ou distinção
Presas cinzentas
Caçando em bando
Sonhos cinzentos
Desmentindo o absurdo
Lobos sem forma
Em fúria na noite
Saídos do futuro
Renascidos de extinta chama
Que o espírito recusa apagar
Matilha incerta
Sem inicio
Sem final
Um vendaval
Antecedendo a tempestade
E uivos selvagens
Invocando a noite
A revolta das direções
Os sentidos em colapso
O comum em cataclismo
E risos vindos
De clareiras distantes
A noite em que o vento
Falará a todos os povos
As frases do silêncio
Ouçam as pegadas
Da matilha cinzenta
(Sou fantasma na densa mata)
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