quinta-feira, 9 de setembro de 2010

I.C.

Em algum lugar corre
A matilha cinzenta
Entre as sombras
D´um reino injusto
E um sonho de aurora dourada

Passos sem som
Que ecoam na eternidade

Fantasmas cinzentos
Percorrendo as trilhas
Que a loucura instigar
E que o luar vier benzer

Delírios cinzentos
Sem matéria ou distinção

Presas cinzentas
Caçando em bando

Sonhos cinzentos
Desmentindo o absurdo

Lobos sem forma
Em fúria na noite

Saídos do futuro
Renascidos de extinta chama
Que o espírito recusa apagar

Matilha incerta
Sem inicio
Sem final

Um vendaval
Antecedendo a tempestade
E uivos selvagens
Invocando a noite

A revolta das direções
Os sentidos em colapso
O comum em cataclismo
E risos vindos
De clareiras distantes

A noite em que o vento
Falará a todos os povos
As frases do silêncio
Ouçam as pegadas
Da matilha cinzenta


(Sou fantasma na densa mata)

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